domingo, 10 de março de 2013

"Provem que não funciona..."

Quando alguém inventa uma patranha qualquer para enganar os incautos e baseia-se em certos fenómenos conhecidos para que esses incautos julguem sentir uma relação causa-efeito entre o uso dessa patranha e algum efeito específico, passa depois a vida a dizer: "Provem que não funciona! Provem quem não funciona!" 

Amigos, se eu disser que sou licenciado em ciências astrofísicas, não são vocês que têm de provar que não sou — e o facto de eu parecer licenciado não quer dizer que o seja. (A bem da verdade, não sou nem pareço, isto é um exemplo...)

Da mesma forma, alguém afirmar que um comprimido funciona e esse comprimido parecer funcionar no nosso caso particular não obriga todos os que não acreditam a "provar" que não funciona. O efeito, se existir, será fácil de testar através do método científico. São os proponentes desse efeito, principalmente no caso de esse efeito não fazer sentido à luz da ciência actual, que devem testá-lo. E testá-lo implica tentar provar que não existe, mas isso é assim em toda a ciência. Se sobreviver ao teste mais apertado, mais hipóteses terá de ser aceite como válido, e mesmo assim o resultado tem de ser replicado. Mas esse é trabalho de quem propõe o comprimido, ou bola lavadora, ou método de acertar no futuro, ou seja lá o que for que deva ter um efeito real...

Depois, se essa primeira experiência for válida, será analisada, replicada, testada, atacada... Mas se o efeito for real, não há que ter medo, pois não?


Sem comentários:

Enviar um comentário